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Se você odeia tanto o capitalismo, por que está vendendo seus produtos?

Vira e mexe chegam mensagens dos ‘haters’ perguntando por que estamos vendendo coisas, falando que devemos doar nossos produtos, já que odiamos tanto o capitalismo e a burguesia. Dá vontade de rir de tristeza. O fato de tanta gente ser fã de bilionário, defender um sistema que massacra, massacrou e vai massacrar todas as gerações da sua família, é assustador!

Andamos, para cima a para baixo, com todo conhecimento do mundo no bolso da calça, mas para algumas pessoas é impossível fazer uma pesquisa, se aprofundar numa leitura ou fazer uma perguntinha à IA antes de soltar ódio online.

Por isso, vou fazer um resuminho rápido aqui, para quem repetiu a quinta série, e tentar explicar que antes do dinheiro existir como conhecemos hoje, as sociedades primitivas já trocavam produtos e serviços. Por exemplo: um agricultor trocava sua produção de grãos por ferramentas feitas pelo ferreiro amigo seu. Os sumérios (lá na antiga Mesopotâmia), egípcios e fenícios já usavam moedas de metal e praticavam comércio a longas distâncias.

Depois da queda do Império Romano, o comércio voltou a crescer com as feiras medievais e as chamadas guildas, associações de pessoas com interesses comuns, como artistas, artesãos e comerciantes de várias áreas. Ou seja, artistas, artesãos e produtores trocando coisas que eles produziam por dinheiro, sem acumulação de capital, sem exploração de trabalho alheio e sem busca por lucros exorbitantes. Quem diria, né?

Só com o início das chamadas Grandes Navegações que (iniciou o processo de colonização, levando os europeus às Americas, através de expedições marítimas, a partir do século XV) o comércio mundial explodiu, levando então à acumulação de riqueza nas mãos dos brancos e à criação dos primeiros bancos e grandes empresas comerciais. O capitalismo surge depois dessa época, a partir da Revolução Industrial, marcado pela propriedade privada dos meios de produção(ou seja famílias ricas detém o poder das máquinas e exploram que trabalha nelas), livre mercado e busca pelo lucro acima de qualquer coisa.

Portanto, ser burguês significa que a pessoa possui os meios de produção e explora o trabalho alheio para gerar lucro. Ou seja, não significa apenas vender comida, arte, artesanato, ser uber ou seja lá o que for, mas controlar a produção e explorar trabalhadores para extrair mais-valia deles (lucro gerado pelo trabalho alheio).

Não é por que você é dono do seu carro e faz corrida de madrugada para inteirar no aluguel que você é burguês, nem por que você produz bolo de pote e está vendendo demais na internet que você é empresária. É este sistema que estamos criticando aqui. Vivemos uma era de uberização, trabalhos precários e assistimos ao fenômeno bizarro do pequeno produtor, do trabalhador autônomo e informal atacando outros trabalhadores como se ele mesmo pertencesse à classe dominante. Então desenhamos, escrevemos e pintamos formas de instigar a imaginação das pessoas e trazer consciência sobre estas questões sociais.

‘A vida não é útil’, como nos disse Krenak, nem a arte é feita para dar sentido ou resolver problemas. A arte ativa experiências da vida de cada pessoa, traduz em imagens, músicas, textos, filmes o que talvez a pessoa não pudesse visualizar por si mesma e a partir daí ela experimenta pensar de novas maneiras. O fato de ativarmos amor e ódio através dos nossos desenhos é o combustível que usamos para continuar. Estamos apenas existindo e fazendo o que a gente gosta. Continuaremos desenhando, escrevendo e criando, simplesmente por que sim, pelos fãs e pelos haters. Uma insistência, uma resistência.

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